Coisas que não vemos mas sabemos existir. Desejos e histórias que nascem e morrem num piscar de olhos. Palavras de um cérebro que sente e um coração que pensa. Eu nunca vi uma estrela cadente e mesmo assim procuro por ela todas as noites.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Nosso descompasso de cada melodia




Fico pensando em maneiras de começar a dizer sobre tudo aquilo que me ocupa o estômago, sobe pela garganta queimando e desagua nos meus olhos. Eu sou toda incerta, sou cheia de defeitos. E descobri que eles vêm a tona nos meus dias mais intensos, mais cheios de sentimento.
Esgotei minha paciência, as paredes do meu quarto ficaram apertadas demais. Eu não sei sentir pela metade. Eu sou do tipo que vai até o fundo do poço. Mas sempre espero que você jogue a corda pra me puxar.
Me desculpa, eu sou explosão. Lembrei porque o vulcão entra em extinção. Causa estrago demais, demora pra se reconstruir tudo. Quando eu amo sou assim, vulcânica.
Tenho gênio difícil, personalidade de uma genética italiana. Meu sangue não corre, ele borbulha. Você pode me explicar seu amor durante horas: eu levei segundos pra saber que você não quer dizer tudo aquilo que ensaiou.
Amei demais e não fui amada. Já amei e fui amada. Nem sempre no mesmo tom. Mas é assim que surgem as melodias, nos descompassos da tentativa de se atingir harmonia.
Quero ser mimada, quero ser provada. Me desafie a ser melhor; eu te desafio a me conquistar.
Dou com a cara na parede porque me entrego a esse coração vagabundo e crio fantasias. E meus reinos sempre são mais limpos do que as cidades de verdade. Te peço então: entra no conto de fada comigo, constrói um portal pra gente voltar pra realidade. Mas não rasga meu desenho com sua chatice de gente que vive de cabresto.
Não gosto de gente sem atitude. Ir com a maré é até bom, contanto que sua vida não esteja pautada nisso.
Eu quero ser sempre melhor pra quem eu amo e espero o mesmo pra mim. Já passei um tempo vivendo da dieta do amor: pequenas doses esparsas de atenção. Abandonei o Vigilantes das Migalhas e virei obesa crônica - gulosa.
É, eu posso ser uma mente complicada demais pra você. Mas acredite, não passo de um conto de Guimarães Rosa. Uma vez que você traduzir minha linguagem, fica lindo de ler.
Então é isso: traz tuas notas soltas pra gente fazer um refrão. Bem bonito.