Coisas que não vemos mas sabemos existir. Desejos e histórias que nascem e morrem num piscar de olhos. Palavras de um cérebro que sente e um coração que pensa. Eu nunca vi uma estrela cadente e mesmo assim procuro por ela todas as noites.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O vírus do Amor

Coisas que me fazem feliz, parte um.
O que mais me interessa quando vou fazer uma entrevista: a história. Odeio ir atrás das fontes " oficiais ". São tediosas e na maioria das vezes seguem um roteiro que você encontra em todos os jornais da cidade, do país. Sim, elas são confiáveis. Mas extremamente desinteressantes.
Nada como uma entrevista que te envolva, aquela que te estampa um sorriso na cara. Nada como se deparar, num mundo tão cheio de notícias "oficiais" ruins, com uma história real e encantada, no sentido de que andamos muito desfalcados de notícias boas. Não sei se isso me deixa menos jornalista. Mas me faz mais humana.
Foi por esse ponto de vista que escolhi o tema da minha matéria especial de fim de semestre: a Associação Síndrome do Amor. Quando entrei na Casa do Cuidador, eu era uma estudante em busca de fontes. Quando eu saí, eu era uma estudante com muito mais que uma história nas mãos; eu tinha um coração infectado.
A história da Marília, presidente da Associação, já dava uma matéria e tanto. Pra mim, foi como receber uma recarga de energia positiva(fim de ano me desvitaliza), ela é aquela pessoa que te abraça com um sorriso. O orgulho com que ela fala do filho, portador da Síndrome de Edwards, que morreu aos 17 meses de idade, é o tipo de sentimento que muitos pais de filhos sadios e vivos não têm. Amor incondicional, tão nítido, que por um momento senti que podia tocar nesse amor, como se fosse concreto, tão sólido ele é.
O carinho da equipe toda, o calor, a disposição de simplesmente fazer o bem a alguém que sofre. Não precisa dinheiro, não precisa presente. Ali o pagamento é em abraço, em "obrigados", em palavras.
A mãe do Thales podia ter desistido de tudo, se conformado com o diagnóstico dele e seguido em frente. Mas ela escolheu ficar. Escolheu amar. E depois que ele virou "estrelinha" como ela mesmo diz, fez com que a vontade de viver do filho se trasformasse na Síndrome do Amor. Mais do que isso: ela encontrou no uso positivo da Internet, o caminho para a superação da sua dor. E contagiou o mundo. Esse é o tipo de vírus que eu desejo a todos. O vírus do amor.

OBS: Pra quem não entendeu bulhufas do que eu falei, dá uma olhadinha em www.síndromedoamor.com.br e visite-os!

2 comentários:

  1. Eu falo muito, escrevo muito e quando isso não acontece geralmente é porque algo me atingiu em cheio.
    A gente que vive da observação do comportamento das pessoas, de sua imagem, fica meio encantada quando percebe a forma que alguém nos olha.
    Patrícia! Que texto lindo, que sensibilidade! Obrigada e parabéns!

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  2. Patricia... esse virus do amor se fortalece a cada dia graças a pessoas como vc.
    Nada acontece por acaso.
    O Thales deve estar comemorando td isso!!!

    Felicidades e sucesso!

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